MONSENHOR GUILHERME KLEINE

Padre e administrador

Monsenhor Guilherme Kleine

Monsenhor Guilherme Kleine

Filho de Anton Kleine e Anna Koesters, Guilherme Kleine nasceu em Büren, Alemanha, em 28 de outubro de 1914. Após terminar os estudos seminarísticos em sua terra natal, foi acolhido na Arquidiocese de Florianópolis por Dom Joaquim Domingues de Oliveira e ordenado presbítero em Azambuja, Brusque, em 10 de dezembro de 1944.

A vida de Pe. Kleine, como era conhecido, é inseparável da história de Azambuja, onde viveu de 1944 até a morte em 1972. No Seminário foi professor (1945-1961), prefeito de disciplina (1947-1948), ecônomo (1949-1972) e vice-reitor (1959-1966).

Na reformulação realizada pelo reitor Pe. Afonso Niehues, consistindo na separação administrativa das obras do Seminário, Hospital/Asilo, Santuário, em 1949 Pe. Guilherme Kleine foi nomeado ecônomo do Seminário e administrador e procurador dos bens da Mitra metropolitana em Azambuja. Nessa obra consumiu sua breve existência.

Trabalhando em unidade com Pe. Afonso Niehues, foi um entusiasta pelo desenvolvimento das obras da Igreja no Vale de Azambuja, iniciadas no longínquo 1902 pelo Pe. José Sundrup. Para o Ano Mariano de 1950 foi projetado e inaugurado o Morro do Rosário, com o conjunto escultural dos mistérios do Rosário. Para o atendimento aos peregrinos que chegavam dias antes para a festa de 15 de agosto, em 1952 foi construído o Edifício do Peregrino, que também servia de Salão de Atos do Seminário. A obra mais importante, porém, foi a construção do moderno edifício do Seminário Menor Metropolitano. Iniciada em 1957, foi inaugurado em 7 de setembro de 1964, no Jubileu áureo episcopal de Dom Joaquim. Um edifício moderno, funcional, sólido, sem paralelo no Brasil, projetado para receber 200 seminaristas. Para a obtenção de recursos, Pe. Kleine bateu às portas da Igreja alemã, do governo federal e estadual brasileiros, das paróquias, lançou rifas, campanhas, bateu em todas as portas. A construção não sofreu interrupção e foi concluída sem dívidas.

Seu ânimo e visão administrativos não pararam por aí: olhava o conjunto de Azambuja. Em 1963 iniciou as obras de ampliação do Hospital, duplicando sua capacidade. Adquiriu a fazenda do Brilhante em Itajaí, onde produzir alimentos para as obras de Azambuja. Em 1968 a área física de Azambuja foi transformada: em algumas semanas máquinas e tratores cortaram morros, aterraram o Vale, as ruas foram traçadas e ajardinadas. O ambiente tornou-se mais iluminado, salubre. Com isso, o antigo Cemitério, na colina em frente ao Seminário, foi arrasado. A administração de Azambuja cedeu uma grande área que foi terraplanada e inaugurada como Cemitério municipal Parque da Saudade, em 1970.

Em 1967, com equipe de Azambuja reformou e modernizou a Residência episcopal de Florianópolis.

Reconhecendo seus trabalhos, Dom Joaquim deu-lhe os títulos de Cônego Catedrático (1959) e Monsenhor (1965). Pe. Kleine passou a ser Monsenhor Kleine, figura popular em Brusque.

Era um administrador, mas, sobretudo, era padre. Todo dia, pelas 6h, celebrava a Eucaristia no altar de São Judas, seu padroeiro. Generoso, não tinha outro objetivo que servir. Nos finais de ano, ao apresentar os débitos de cada seminarista, chamava todos à responsabilidade e repetia que “Deus dá a vocação, mas também dá o vintém”. Durante vários anos, na década de 60, dirigia-se a Antônio Carlos no último domingo do mês para celebrar a Missa para os colonos de língua alemã.

Mas, teve sofrimentos: seu sonho era o seminário tradicional, com disciplina rígida, no estilo alemão. Os ventos do Concílio marcaram profundas mudanças. Mons. Kleine pouco a pouco foi se distanciando do Seminário, indo residir na casa que construíra na fazenda em Itajaí. Sofria. Não conseguiu acompanhar o novo espírito na formação.

Na tarde de 7 de janeiro de 1972 internou-se no Hospital para exames de rotina. Nada pressagiava um fim tão próximo: na madrugada do dia 8 foi encontrado morto, vítima de infarto, aos 57 anos. Uma perda irreparável e dolorosa para todos, especialmente para a Igreja arquidiocesana.

O povo brusquense o chorou como um amigo que se perdia e em grande número acompanhou o féretro ao Parque da Saudade. Esse novo campo santo, inaugurado, mas rejeitado pelos brusquenses porque solitário, foi finalmente aceito: ali estava enterrado Mons. Guilherme Kleine.

Pe. Guilherme Kleine fez de sua vida um dom para a Arquidiocese de Florianópolis, desempenhando um ofício árduo e necessário à vida cristã: administrador.

  1. #1 por Edson Floriani em 22 de junho de 2010 - 21:41

    Verdade! Padre Guilherme foi tudo isso mesmo. Meu pai que falava muito sobre ele, dizia que se fosse trabalhador e esforçado tinha todo apoio. O nome do meu pai era Agostinho Floriani, e era funcionário comum e passou a ser feitor na fazenda do Arraial dos Cunhas, ja na hépoca do padre Albano, mas foi o Padre Guilherme que me batizou e 1970.
    Obs: Uma bela memória que não devemos esquecer.

  2. #2 por Sergio schveitzer em 17 de julho de 2017 - 15:30

    Minha irmã era na época empregada doméstica na residência do padre.

  1. Praça Monsenhor Guilherme Kleine – HISTÓRIA DE BRUSQUE E REGIÃO

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