1. A vigília

De bom grado suporta a vigília e o dormir deitado na terra, e todas as outras austeridades, contemplando a glória futura que te será revelada com todos os santos; é dito que os sofrimentos do tempo presente não são comparáveis com a glória que deverá manifestar-se a nós (Rm 8,18). Se estás sem coragem, reza, como está escrito (cf. Tg 5,13); reza com temor e tremor, com esforço, vigilância e sobriedade. É desse modo que é necessário rezar sobretudo por causa dos inimigos perversos; quando eles nos vêm em oração, colocam-se ao nosso lado cheios de zelo para sugerir à nossa mente aquilo que na hora da oração não se deve pensar nem imaginar para carregar embora, prisioneira, a nossa mente e tornar inútil, vã e ineficaz a súplica e a invocação que provêm da oração. De verdade são inúteis e ineficazes a oração, a súplica e a invocação quando, como se disse, não são feitas com temor e tremor, com sobriedade e vigilância.

Evágrio Monge,
Sumário de vida monástica, vol. I, p. 43

A leitura, a vigília e a oração livram a mente da divagação. A fome, a fadiga e o retiro na solidão apagam o ardor da concupiscência. A salmodia, a paciência e a misericórdia acalmam a agitação da cólera. O que é excessivo e inoportuno dura pouco; é mais nocivo do que útil.

Evágrio Monge,
Capítulos népticos 5

A arma mais poderosa que nos é dada para a batalha é a vigília segundo Deus. Como a custódia durante o dia predispõe a santidade da noite, assim a vigília segundo Deus durante a noite leva à alma a pureza durante o dia.

Cassiano o Romano,
Ao bispo Castor, vol. I, p. 65

Nada melhor para destruir a virtude do que a vulgaridade (cf. Ef 5,4), as brincadeiras e as palavras vãs. E, inversamente, nada renova tanto a alma envelhecida e a dispõe a aproximar-se de Deus como o temor de Deus, a boa vigilância, a meditação incessante das palavras de Deus, o armar-se a si mesmo com a oração e conseguir o ganho derivado da vigília.

João Carpácio,
Aos monges da Índia 20

Um jejum equilibrado, a vigília e a salmodia aplacam o corpo naturalmente.

Talássio Líbico,
Sobre a caridade 3,35

Se quiseres transcorrer facilmente também o tempo da noite, escuta; a vigília noturna pode ser feita de três modos: o dos principiantes, o de quem se encontra em estado intermediário e o dos perfeitos. O primeiro modo é esse: dormir metade da noite e vigiar metade da noite, ou seja, do entardecer até a meia noite ou então, da meia-noite até o amanhecer. O segundo modo é esse: vigiar uma ou duas horas de noite, depois dormir quatro horas; acordar-se para a oração matutina, recitar salmos e rezar seis horas até o amanhecer, depois recitar a hora prima e sentar-se em paz, como foi dito. E, nas horas seguintes, é necessário observar a regra referente aos diversos trabalhos ou então manter a oração incessante; o hábito apoiará quem pratica esse modo. O terceiro modo consiste no estar em pé e no vigiar toda a noite.

Gregório o Sinaíta,
Capítulos utilíssimos 101

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