1. A incredulidade

A ignorância precede todo a tipo de mal; depois dela, o segundo lugar é ocupado pela incredulidade.

Marcos, o Asceta,
Sobre aqueles que se crêem justificados 105

Causa dos maus pensamentos é a maldade, causa da maldade é a desobediência e a causa da desobediência é o engano da percepção sensível, mas, causa desse engano é a negligência da mente que não é vigilante a respeito da própria segurança.

Talássio Líbico,
Sobre a caridade 3,83

A alma que é presa fácil da acédia também está dominada pela incredulidade e por isso passa dia após dia sem acolher a Palavra. Muitas vezes também se deixa arrebatar pelos sonhos, sem ter consciência da guerra interior, porque é vítima da presunção, mas a presunção é uma ferida da alma que não lhe consente reconhecer a própria fragilidade.

Macário, o Egipciano,
Paráfrases 49

O grande adversário da verdade e o engano que hoje arrasta os homens à ruína consiste nessas três paixões: incredulidade, maldade e negligência, que são geradas e se sustentam uma a outra. Através desse engano a ignorância das trevas reinou nas almas dos negligentes, tornando-os estranhos a Deus. Aquele que nos gerou e iluminou não o reconhecem como Deus ou conhecem-no apenas por palavras e não na realidade, ou então, dizem que se manifestou apenas aos antigos e não também a nós … De fato, a incredulidade é mestra da maldade e a maldade ajuda a nutrir a negligência; símbolo da negligência é preguiça. Ou, pelo contrário, a negligência é mãe da maldade, como disse o Senhor: Servo mau e preguiçoso (Mt 25,26) e a maldade é mãe da incredulidade. Todo homem malvado é incrédulo, mas quem não crê nem ao menos tem o temor de Deus e de quem nasce a negligência, mãe do desprezo, pelo qual todo bem é relaxado e todo mal realizado.

Gregório o Sinaíta,
Capítulos utilíssimos 135

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