MONSENHOR FREDERICO TOMBROCK

A santidade e a dedicação de um padre

Monsenhor Frederico Tombrock

Monsenhor Frederico Tombrock

Filho de Fritz Tombrock e Anna Ramert, Frederico nasceu em Roxel, Westfália, Alemanha, em 14 de abril de 1864. Ordenado presbítero pela diocese de Münster em 18 de março de 1893, veio para o Brasil no ano seguinte, atendendo a convite de Pe. Topp.

Em 1895 foi Vigário paroquial de São Luiz Gonzaga, Brusque e, a partir de 31 de março de 1896, sua vida esteve ligada a São Ludgero do Braço do Norte: em 1896 e 1897, respectivamente, foi Vigário paroquial de Nossa Senhora da Piedade, Tubarão, com residência em São Ludgero do Braço do Norte e Vigário paroquial de Nossa Senhora da Piedade de Tubarão, Nossa Senhora Mãe dos Homens de Araranguá e Bom Jesus do Socorro de Pescaria Brava, sempre residindo em São Ludgero. Os padres alemães chegaram com a finalidade de atender somente aos colonos alemães, mas a necessidade fez com que estendessem as mãos sacerdotais ao povo brasileiro desassistido.

Finalmente, de 31 de dezembro de 1901 a 27 de dezembro de 1957, Pe. Tombrock foi Pároco de São Ludgero, São Ludgero.

São Ludgero – colônia para alemães católicos

São Ludgero foi fundado no ano de 1873 por imigrantes vestfalianos, que se fixaram no vale do rio Braço do Norte, onde havia bom solo arável. A primeira capela de pau-a-pique recebeu por padroeiro São Lourenço, que mais tarde foi mudado para São Ludgero, venerado em Warendorf, terra do Pe. Roer e do Pe. Topp.

Os colonos logo se preocuparam com a igreja e a escola. No início, as aulas eram na própria capela. O primeiro professor foi Henrique Buss Ótimos professores vindos da Alemanha foram Germano Beiering  e José Grunding.

O Pe. Frederico Tombrock chegou em março de 1896 e também ministrava lições. Em 1899 a escola foi entregue às Irmãs da Divina Providência, que ali desenvolveram notável trabalho de educadoras e promotoras vocacionais. Junto à capela foi construído o internato, funcionando desde o ano de 1900. O internato surgiu para possibilitar a aprendizagem da doutrina às crianças do interior. Ficavam ali dois ou três meses, até estarem prontos para a primeira comunhão. Depois do quinto ano, saíam com uma cultura respeitável. Somente em 1905 começaram as aulas em português, isto por insistência dos pais dos alunos. Em 1912, pelo número crescente de alunos, deu-se início a mais construções, que convergiram na Escola paroquial Santana. (Em 1985 foi transformado em Escola Básica “São Ludgero”, estadualizado em 1987).

Como primeiro pároco a partir de 1901, Pe. Tombrock foi o centro e o animador da comunidade. Nada se fazia sem seu conselho e consentimento. Seu projeto era uma colônia católica habitada por alemães. Era contrário a que se vendessem terras para gente “de fora” e ao casamento com “brasileiros”.

Das viagens que empreendeu à Alemanha trouxe dinheiro para obras paroquiais e arados de ferro e outros instrumentos agrícolas. Unia sua árdua missão de pastor de almas com a de pastor do povo. Os valores da fé, da obediência, da autoridade, da família eram inculcados através de suas pregações e conversas. Conhecia a todos.

Promotor vocacional

Pe. Tombrock percebia a necessidade urgente de mais padres. Os que vinham da Alemanha não eram suficientes. As colônias se multiplicavam. Surgiu um problema em sua consciência: achava que os “brasileiros” não tinham condições para serem padres, pois nascer num clima tropical não favorecia o celibato. Depois convenceu-se de que aos menos os filhos de alemães e seus descendentes seriam aptos para o ministério.

Em 1907, com o auxílio do Pe. Kloecker, iniciou um Seminário na Casa paroquial. Devido a problemas financeiros, os alunos foram enviados para São Leopoldo. Outra tentativa, com a direção do Pe. Sundrup, foi em 1919. Experiência breve. Finalmente, em 1927 era criado o Seminário Menor em Azambuja.

Pe. Tombrock gostava que os seminaristas passassem as férias na Casa paroquial. Era sua alegria no futuro acompanhar no altar esses meninos que vira nascer, batizara e instruíra. No seu Jubileu de Ouro Sacerdotal, em 19 de março de 1946, podia mostrar os frutos de seu empenho: 21 padres, 35 religiosas e 20 seminaristas. A obra continuou e São Ludgero tornou-se celeiro de vocações. Teve a alegria de ver a fundação do Pré-Seminário de São Ludgero em 1946, sendo reitor um dos seus “meninos”, Pe. Afonso Niehues.

De 1919 a 1940 Pe. Frederico Tombrock teve o auxílio precioso de outro grande sacerdote, Mons. Huberto Ohters. Uma paróquia privilegiada.

Sempre atento a tudo e a todos, protegendo e contemplando o crescimento de sua São Ludgero, Mons. Frederico Tombrock foi recolhido por Deus em 27 de dezembro de 1957: 93 anos de vida, 64 de padre e 61 em São Ludgero. Sua fé e a firmeza de caráter marcaram gerações do sul catarinense.

  1. #1 por Rafael em 7 de abril de 2010 - 23:14

    Gostei dos textos. Me entusiasma o fato de hoje fazer pastoral em São Ludgero!
    Parabéns!

  2. #2 por antenor jose pavei em 26 de março de 2012 - 09:14

    Em 1955 meus primos, Lacide Zanatta e Anesio Frasson, foram estudar em São Ludgero. Naquele tempo, de Criciúma a São Ludgero levava-se um dia inteiro para vir a São Ludgero, eu falei com meus tios, pais dos dois primos , porque leva-los tão longe para estudar? Os tios disseram: Antenor, o melhor estudo de Santa Catarina está em São Ludgero. Foi quando comecei a gostar de São Ludgero, mesmo sem conhecer, ainda pequeno dizia: será que um dia eu vou conhecer São Ludgero e Braço do Norte? Resultado: estou morando em Braço do Norte, próximo a São Ludgero há 49 anos, além de conhecer São Ludgero, eu tenho lá muitos amigos, e vou com frequência ao cemitério de São Ludgero onde fico a ver as datas dos padres que por lá passaram, e refletir e sentir as coisas boas que o padre Tombrock fez por São Ludgero. Desejo que São Ludgero cresça, porque aquela gente merece. Um beijo e um abraço a esse povo querido, fiquem com Deus. Pavei – Braço Do Norte

  3. #3 por Vanderlei Mendes em 16 de março de 2021 - 22:36

    Eu estudei no Colégio interno no ano de 1970, qdo tinha 12 anos. Hoje com 63, me dinto orgulho de ter estudado neste Colegio. Me, fez lembrar, as algazarra q nós faziamos na piscina, no fundo do Colégio. Gostaria que, por favor, se for possível me enviar uma foto de 1970, pois tinha bastante alunos nesta época, eram todos internos.

    • #4 por Kelvin Borges Konz em 4 de janeiro de 2022 - 22:02

      Vanderlei Mendes, possuo várias fotos do colégio desse período. Se quiser, pode entrar em contato: kelvinkonz@gmail.com

      • #5 por Regina Celi Da Ré em 17 de outubro de 2022 - 15:49

        Olá, boa tarde!
        Vc teria fotos de 1955,56… também?
        Sou sobrinha do Anesio Frasson (citado acima.em comentário do Antenor Pavei) é gostaria muito.de resgatar histórias e imagens dessa época.

        Grata,
        Regina Da Ré.

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