SANTA TERESINHA E O PEQUENO CAMINHO

Eu entrei no Carmelo para salvar almas e, sobretudo, para rezar pelos padres - Santa Teresinha

Eu entrei no Carmelo para salvar almas e, sobretudo, para rezar pelos padres – Santa Teresinha

Santa Teresinha morreu aos 24 anos e dizendo, ao contemplar o crucifixo: “Oh meu Deus, eu te amo!”. Era o ano de 1897, em Lisieux, França. Tinha início a aventura cristã da filha dos bem-aventurados Zélia e Luís. Ela, que gostava de afirmar: “passarei meu céu fazendo o bem sobre a terra”, prometia uma chuva de rosas e essa nunca cessou de cair: em todo o mundo se sente a atração de seu exemplo, o poder de sua intercessão e a proteção às Missões. Foi canonizada em 1925 e declarada Doutora da Igreja em 1997.

O que é necessário para ser “Doutor da Igreja”, qual o currículo exigido? É um currículo muito exigente, mas que não requer estudos acadêmicos, do que a analfabeta Doutora Santa Catarina de Sena é prova. Então, são três exigências fundamentais: santidade de vida, reta doutrina, vivência e narração de uma nova face do mesmo e eterno Evangelho. Essa última é a mais importante: ter apresentado uma característica nova de vida cristã.

Santa Teresinha foi santa, teve fé íntegra e, qual foi sua “novidade”? É o “Pequeno “Caminho” para se unir a Deus, também denominado de infância espiritual. A “infância espiritual” nada tem a ver com criancice, infantilismo, pois exige uma atitude extremamente adulta e consciente no buscar a união com Deus.

O Pequeno Caminho de Teresinha compõe-se de dois valores: – a misericórdia do Pai e – a necessidade de permanecer criança, para sempre permanecer no seu amor.

Um pequeno caminho que todos podem percorrer sem medo, sem angústia, porque Jesus faz tudo: “Quero ir para o céu através de um pequeno caminho, bem reto, muito curto, um pequeno caminho bem novo”. Confiar em Deus como a criancinha confia nos pais, confiar sempre na misericórdia do Pai. Para Teresinha, todo esse amor é canalizado para Jesus, seu único amor. Quando ela fala em Deus está falando em Jesus, que conduz ao Pai pelo Espírito Santo.

Em outras palavras, Teresinha queria dar alegria a Jesus, fazer Jesus feliz, aplacar a sede de Jesus quando diz: “Tenho sede”. Não é sede de água, é sede de almas. Assim, tudo o que fazia e vivia, sua alegria, a grande e dolorosa cruz que a levou à morte, tinha como fim matar a sede de almas que Jesus sente. Uma conseqüência dessa decisão é a vontade de ser missionária para oferecer mais almas a Jesus.

A flor é Jesus, a gotinha que apaga a sede é Teresa

Teresinha aos 8 anos - foto histórica colorizada

Teresinha aos 8 anos – foto histórica

A infância espiritual teve como primeira imagem a criança no colo de Jesus, ser um brinquedo em suas mãos. A segunda imagem é mais profunda, fruto de profundo amadurecimento humano e espiritual: Jesus é a florzinha do campo e Teresinha é a gotinha de água. Ela serviu-se de duas imagens: a primeira, do Cântico dos Cânticos (2,1): “Eu sou a flor dos campos e o lírio dos vales”, unida a outra, a palavra de Jesus à Samaritana, em João: “Dá-me de beber” (João 4,7). Jesus é o esposo com sede, Teresa é a água que lhe aplaca a sede. O imenso Jesus, na Encarnação fez-se pequenino como uma florzinha, e Teresinha é uma gotinha suficiente para matar-lhe a sede. A flor é Jesus na pequenez que caracteriza a sua humanidade durante toda a vida terrestre. A gotinha é a esposa de Jesus na mesma condição terrestre. Teresinha desposou a pequenez de Jesus assim como Francisco tinha desposado a Pobreza.

Teresinha não seria capaz de ser tão grande como Jesus na glória, mas é capaz de ser “suficiente” para unir-se ao Jesus de Belém e do Calvário. Escreveu à sua irmã Celina: “Feliz gotinha de orvalho, só de Jesus conhecida, não pares para olhar o curso barulhento dos rios que são a admiração das criaturas, tampouco, não olhes o límpido regato que serpenteia no prado. Sem dúvida, seu murmúrio é muito suave, mas pode atingir os ouvidos das criaturas, e depois o cálice da Flor dos campos não o poderia conter. Não basta ser de Jesus. Para pertencer-lhe, é preciso ser pequeno, pequeno como uma gota de orvalho”.

Teresinha aos 13 anos - foto histórica e original

Teresinha aos 13 anos – foto histórica e original

Seu imenso sofrimento nos últimos dois anos de vida não é vivido no dolorismo, no sentir-se vítima, mas na alegria que permanece presente, e é exatamente nesse período de paixão que Teresa oferece a mais bela expressão de sua alegria: “Jesus, a minha alegria é amar-te”.

Teresa descobriu sua vocação na Igreja, ela que desejava todas as vocações para alegrar Jesus, concluiu: “Entendi que o amor encerra todas as vocações, que o amor é tudo, que abraça todos os tempos e todos os lugares, numa palavra, que é eterno. Então, no excesso de minha alegria delirante, exclamei: Jesus, meu Amor, finalmente encontrei a minha vocação, a minha vocação é o amor! Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, e este lugar, meu Deus, fostes vós que me destes! No coração da Igreja minha Mãe, eu serei o amor. Assim serei tudo”.

Teresa morreu em 30 de setembro de 1897 exclamando: “Oh Meu Deus, eu te amo”. Estas últimas palavras foram endereçadas a Jesus: a Santa olhava o crucifixo que apertava em suas mãos. Exprimiam, assim, aquilo que havia animado toda a sua existência, o simples ato de Amor: “Jesus Te amo”.

Pe. José Artulino Besen

  1. #1 por Pedro Francisco Bianchini Jr. em 1 de outubro de 2013 - 20:55

    Que esta maravilhosa Santa Terezinha,sempre te proteja Pe. José Artulino,assim como possa converter todos que se encontram longe de nossa santa igreja.